No amplo leque de personagens que habita ou cruza Montepó, Abílio destaca-se, como personagem principal, treze anos feitos à altura em que se inicia neste percurso exploratório sobre a sua vida e as vidas dos que o rodeiam, um rapaz espigado para a idade, o que vai realçar o confronto com os dois irmão mais novos, Toninho e Rosa. Os pais de Abílio, o alcoólico Miguel e a amargurada e Amélia, constituem um casal infeliz, marcado pela incompreensão e pela violência, que, no entanto, procura dar aos filhos o melhor, dentro das suas possibilidades. Abílio encontra apoio incondicional no avô, pai da mãe, com quem partilha momentos mágicos de afectos e cumplicidades e imagina no tio materno, o padrinho Sebastião, o herói que, vindo de longe, traz com ele o segredo e a magia do desconhecido. Da parte do pai, resta-lhe apenas a solteirona tia Olinda, mulher sem encantos e sem segredos, seca quanto à capacidade de amar.
Mas a luz dos seus olhos, o seu sonho de presente e, sobretudo, de futuro é Ana Teresa, a quem ele ama, sem ousar confessar o amor que sente e sem sequer saber bem o que isso é, com quem ambiciona construir uma família.
O velho Paulino, que vivia sozinho ao fundo de Montepó, Pedro Pirata, o senhor Saul, o dono do tasco, Renato, o Tolinho do rio, Gabriel de seu nome, o Professor Arlindo constituem outros tantos elementos no pano de fundo da perdida aldeia de Montepó, atravessada, de quando em vez, pelo amolador ou pelos ciganos que carregam consigo, a par de um sopro de mistério, uma lufada de ar fresco, que têm uma lição de solidariedade a dar àqueles que, como Abílio e os seus irmãos, por hábito ou receio, os olham de esguelha.
Mas a luz dos seus olhos, o seu sonho de presente e, sobretudo, de futuro é Ana Teresa, a quem ele ama, sem ousar confessar o amor que sente e sem sequer saber bem o que isso é, com quem ambiciona construir uma família.
O velho Paulino, que vivia sozinho ao fundo de Montepó, Pedro Pirata, o senhor Saul, o dono do tasco, Renato, o Tolinho do rio, Gabriel de seu nome, o Professor Arlindo constituem outros tantos elementos no pano de fundo da perdida aldeia de Montepó, atravessada, de quando em vez, pelo amolador ou pelos ciganos que carregam consigo, a par de um sopro de mistério, uma lufada de ar fresco, que têm uma lição de solidariedade a dar àqueles que, como Abílio e os seus irmãos, por hábito ou receio, os olham de esguelha.